domingo, 26 de dezembro de 2010

O olho humano - Anatomia 3

 
Como os olhos focalizam

Para entender como se forma uma imagem no fundo do olho é necessário saber como funciona o cristalino.

Os raios de luz entram pela frente do olho e passam através do cristalino transparente. Numa lente que é mais grossa no centro do que nas bordas, como o cristalino do olho, esta luz converge em direcção ao centro da lente. Este tipo de lente é chamado de lente convexa e, no olho, é arredondada na frente e atrás.

Os raios de luz convergem em direcção ao centro do cristalino atravessando-o e assim produzem uma imagem, que é então gravada na retina. Num olho normal, quando olhamos para um objecto distante, o cristalino envia uma imagem nítida e focalizada sobre a retina estando os músculos ciliares relaxados e o cristalino achatado a imagem produzida é invertida, mas isso é ajustado no cérebro de modo que temos uma imagem mental correcta.

Quando olhamos pela primeira vez para um objecto mais próximo, a luz atinge o olho num ângulo diferente, de modo que, quando passa através do cristalino, não produz de forma imediata uma imagem nítida sobre a retina. Os raios de luz não convergem directamente para o olho, e a imagem é borrada. Para corrigir isto, a forma do cristalino é alterada pelos músculos ciliares, e se torna muito mais arredondada. Isto faz com que a luz que passa pelo cristalino sofra maior distribuição e restaure a imagem nítida. Esse processo de visão nítida nos objectos próximos ou distantes é chamado de acomodação, e ocorre muito rapidamente. Pode-se testar isso, observando alternadamente objectos distantes e próximos; observa-se uma breve deslocalização dos objectos.

Visão tridimensional

Quando olhamos para um objecto, os nossos olhos movem-se juntos, de maneira que apontam directamente para aquilo que estamos a ver. Se o objecto estiver muito distante, os olhos apontam exactamente na mesma direcção. Os raios de luz vindos do objecto distante são quase paralelos, e assim entrarão no olho e encontrarão a retina no ponto em que produzirão a imagem mais nítida.
Mas os olhos estão separados entre eles 6 cm, assim, quando olhamos um objecto próximo, eles têm que se voltar para dentro para ver claramente e ainda permitir que a luz encontre a mesma parte sensível da retina. Este processo de virar os olhos para ver um objecto próximo é chamado de convergência. As crianças podem "cruzar" seus olhos para enxergar objectos tão próximos quanto 7,5 cm, mas, para adultos, a menor distância para uma visão clara é de 14 cm.
Os olhos ao estarem separados entre eles e a olhar na mesma direcção, dá a capacidade de dizer a que distância o objecto está de nós. Esta capacidade é chamada de visão estereoscópica e dá profundidade "3D". Ao estarem separados, cada olho vê uma figura ligeiramente diferente. Pode-se ver isso olhando um objecto próximo e fechando primeiro um olho e depois o outro.
Quanto mais perto o objecto, maior será as diferenças vistas por cada olho.

A retina

A retina é a camada interna do fundo do olho e a luz que entra no olho é focalizada pelo cristalino, para produzir uma imagem de cabeça para baixo (invertida) na retina. A retina pode detectar esta imagem e transformá-la numa série de sinais eléctricos codificados, que são passados ao longo dos nervos para o cérebro.
A retina contém um enorme número de células especiais chamadas bastonetes e cones. Estas células são sensíveis à luz e são chamadas de fotorreceptoras. A retina de cada olho contém cerca de 125 milhões de bastonetes e 7 milhões de cones.

Sobre os bastonetes e cones há um arranjo complicado de fibras nervosas, ou neurónios, chamados células ganglionares, cada uma delas em contacto com muitos outros bastonetes e cones. Esses neurónios ligam-se com outras fibras nervosas, que carregam os sinais do olho para o cérebro. Há apenas cerca de 800000 dessas fibras nervosas saindo do olho, pois os sinais dos bastonetes e cones são simplificados e seleccionados pelas fibras nervosas dentro da retina.
A luz alcança os sensíveis bastonetes e cones tem que passar através da massa de fibras nervosas e através do corpo dos bastonetes e cones antes de alcançar as partes sensíveis que provocam a produção de um sinal eléctrico. Os bastonetes e alguns cones estão espalhados por toda a retina, mas, na sua maioria, os cones estão agrupados na parte central chamada fóvea. Esta é a parte mais sensível da retina, onde a imagem é "vista" mais claramente.
Há uma pequena área da retina na qual não há bastonetes ou cones, e onde as fibras nervosas saem da retina para passar para o nervo óptico. Há urna cova na superfície da retina o qual esse ponto é chamado ponto cego.

Bastonetes e cones

Os bastonetes e cones são células minúsculas de cada uma das quais sai um cordão fino que vai para uma fibra nervosa. Os bastonetes são células finas e longas que contêm uma substância chamada púrpura visual, ou rodopsina. Quando a púrpura visual é exposta à luz, tem lugar uma mudança química e a cor dos bastonetes desaparece. Esta reacção provoca a produção de um sinal eléctrico, que é passado para a fibra nervosa.
Os bastonetes são muito sensíveis à luz e são importantes para a visão nocturna. Eles respondem à luz branca comum, desse modo tudo o que é "visto" com os bastonetes é visto em tons de cinza. Em luz muito brilhante, a púrpura visual toma-se inactiva. Ela retoma vagarosamente sua coloração púrpura usual no escuro, e isto pode levar 30 minutos ou mais. Um indivíduo pode ver os resultados estando num local iluminado e depois de seguida mover-se para a um local sem luz; pode levar quase uma hora para o olho acostumar-se com à pouca claridade.

Os cones são responsáveis pela visão das cores. Eles contêm um dos três produtos químicos diferentes que também são clareados pela luz. Eles respondem à luz vermelha, amarelo-verde, ou azul-violeta. Todas as outras cores são "vistas" como uma combinação destas. Os cones são estimulados apenas pela luz brilhante, e eles também podem determinar detalhes.
Na fóvea, onde uma imagem é vista mais claramente, os cones estão muito juntos. Aqui, cada fibra nervosa está em contacto com apenas um ou dois cones. Em todo o restante da retina, onde está posicionada a maioria dos bastonetes, há cerca de 300 bastonetes ligados a cada fibra nervosa. Isto significa que o cérebro recebe informações muito mais detalhadas dos cones da fóvea do que dos bastonetes do resto da retina.

Acuidade visual

A capacidade do olho de distinguir entre dois pontos próximos é chamada acuidade visual, a qual depende de diversos factores, em especial do espaçamento dos fotorreceptores na retina e da precisão da refracção do olho.
Os cones são encontrados principalmente na retina central, em um raio de 10 graus a partir da fóvea. Os bastonetes, ausentes na fóvea, são encontrados principalmente na retina periférica, porém transmitem informação directamente para as células ganglionares.
No fundo do olho está o ponto cego, insensível a luz. No ponto cego não há cones nem bastonetes. Do ponto cego, emergem o nervo óptico e os vasos sanguíneos da retina.




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